segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sobre as discussões...

No mesmo lugar que se lê o tão citado texto¹ quando de discussões teológicas: "Evita discussões insensatas, genealogias, contendas e debates sobre a lei; porque não têm utilidade e são fúteis." Também, se lê "... faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens (os que crêem em Deus)." bem como "Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada."

Sem muita dificuldade ou grandes incursões exegéticas, é possível compreender que a defesa da fé, digo de uma defesa verbal – as discussões teológicas – deve ser feita. Claro, de forma propositiva, ou seja, com o objetivo de crescimento mútuo e fortalecimento da fé (Efésios 4;12). E obviamente tais versos, destinados a Tito, pelo apóstolo Paulo, nos exortam a NÃO gastarmos nossa energia – em defesa verbal da fé; discussões teológicas e etc – com os que só querem criar divisões e contendas na Igreja, obviamente aqueles que insistem em heresias e afirmações anticonfessionais².

As exortações, os debates, as discussões teológicas -- mesmo as mais acaloradas -- não estão vetadas quando o propósito é ensinar a Verdade àqueles que amam a Cristo. E isso se faz também com contrariedade, arguição, desconstrução e silogismo -- Não dá para esperar crescimento por ‘osmose’! Não faz sentido todo o Texto Sagrado fazer uso da lógica e da razão e isso ser proibido para os cristãos. Chamam Jesus de Mestre, a Igreja de Escola da Graça e o Espírito preceptor³ e imaginam que o crescimento na fé e no CONHECIMENTO daquele que é a Cabeça vem por algum ritual místico? Não dá!

Obviamente outras imposições bíblicas devem ser levadas em consideração. Desde o amor ao irmão, ao apego a sã doutrina (todo bíblico aplicado a cada detalhe) ou respeito aos maiores (mais velhos, mais experientes e os que possuem maiores responsabilidades, cargos, tarefas ou ofícios na Igreja) e a humildade. Não se pode esquecer também da paciência com os mais simples e com aquela que estão começando na carreira da fé, ou os que por diversas razões estão com os pressupostos teológicos errados.

Não devemos tomar o padrão mundano (melindroso) de aceitar tudo e qualquer coisa, mesmo as mais antagônicas pela alcunha de amor. Isso não é só obtuso, é contraditório ao expediente ordinário da Palavra que em mais de uma ocasião nos chama ao arrazoamento.
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¹ Tito 3;9 e, obviamente os versos próximos.
² Eis mais uma vantagem da confessionalidade: afirmações limítrofes práticas e claras; fica fácil.
³ O que dá instruções ou preceitos; mestre; aio.